domingo, 26 de fevereiro de 2012

E o Belvedere Voltou a Encantar

"O Belvedere continua lá. Ao pé do monumento, o coração de Antônio Alves de Souza nos atrai; nos convida. Vamos lá!"



Crédito: Divulgação
Parque Belvedere de Paulo Afonso
Parque Belvedere de Paulo Afonso
Francisco Nery Júnior

As tardes no Belvedere eram prosaicas. Passar uma tarde no Belvedere trazia descanso; relaxamento. Desejamos o melhor para os descendentes dos planejadores - e dos executores - do Belvedere já que nada mais podemos fazer por eles. Foram-se e deixaram um paraíso para nós outros desfrutarmos.

Fui ao Belvedere há poucos anos. Estava abandonado. O mato e a sujeira tomavam conta. Os sujos e os animais silvestres agradeciam. Os turistas se distanciaram.

Voltei ao Belvedere no Carnaval. As coisas mudaram. Alamedas limpas, fontes funcionando com água aos quatro ventos, mesas com tomadas para computadores de última geração, som estridente e renitente, de mau gosto, proibido. Ninguém tem direito de impor mau gosto aos demais. Sábia, inteligente e oportuna a proibição. Como entender que alguém possa levar som alto para um paraíso desvirtuando a própria essência do paradisíaco? Como compreender que alguém possa gastar uma pequena fortuna para simplesmente espalhar mau gosto? Como concordar com o pequeno? Como concordar com chulo?



Temos um paraíso devolvido ao povo de Paulo Afonso. Não é isto que queremos? Não é por isto que lutamos? Não foi isto que sempre reivindicamos? Não é para isto que pagamos impostos?
Desconfiei de duas grandes empresas: a Chesf e a Prefeitura Municipal. Ambas têm estado "montando" Paulo Afonso pé ante pé. Honram a nossa confiança, nós que tomamos a liberdade de dizer que queremos mais; merecemos mais. Se racionalizarem os processos, teremos mais.

Perguntei a um servidor de quem era o mérito e a resposta foi: "da Prefeitura Municipal" (desconfio que com a ajuda da Chesf). Ele estava bem fardado de gari. Não sei se ganha o suficiente como não entendo bem, como Anísio Teixeira, como as profissões manuais não são mais valorizadas.

O Belvedere continua lá. Ao pé do monumento, o coração de Antônio Alves de Souza nos atrai; nos convida. Vamos lá!


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